De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil, 9,4% das meninas e 12,4% dos meninos são considerados obesos e este é um dos problemas de saúde pública mais preocupantes atualmente. De acordo com um estudo publicado em outubro de 2017, pela OMS, 124 milhões de crianças e adolescentes são considerados obesos em todo o mundo, um salto considerável em apenas quatro anos, uma vez que, em 2013, este número era de 11 milhões.
O levantamento da OMS também alerta que mais 123 milhões de crianças, adolescentes e jovens, de 5 a 19 anos, já estão acima do peso, com incidência um pouco maior nos meninos, sendo 8 casos em cada 100. Nas meninas esse número gira em torno de seis para cada 100.
Os números assustam porque, em função disso, essas crianças podem ter várias doenças decorrentes da obesidade, como:
Hipertensão
Diabetes
Gordura no fígado
Doenças cardíacas
Dores nas articulações
Doenças ortopédicas
A obesidade infantil é caracterizada por um excesso de gordura corporal em crianças de até 12 anos, sendo considerado sobrepeso quando o peso da criança está, no mínimo, 15% acima do peso de referência para a sua idade. O diagnóstico também pode realizado através do Índice de Massa Muscular (IMC). Segundo a OMS, uma pessoa é considerada obesa quando o IMC ultrapassa 30. Este é um cálculo que leva em consideração peso, altura e idade.
No caso das crianças, é importante que, não só os pais ou responsáveis tenham a preocupação com o sobrepeso e a obesidade, mas, também, as escolas e instituições de ensino tenham cuidados especiais para evitar que os lanches e merendas servidas nesses locais contribuam para o aumento dos índices. Faz-se, cada vez mais necessária, uma avaliação nutricional dos alimentos disponibilizados às crianças nas merendas das escolas.
As instituições de ensino oferecem uma oportunidade importante para combater a obesidade infantil, melhorando a nutrição de crianças e adolescentes, fornecendo opções saudáveis de alimentos e bebidas, promovendo atividades físicas e fornecendo educação para a saúde.
Algumas escolas têm profissionais de nutrição entre seus funcionários justamente para garantir que a alimentação seja orientada de forma saudável. Este profissional deve acompanhar a aquisição dos alimentos, a preparação das refeições e sua distribuição aos alunos, além de garantir a oferta semanal de, no mínimo, três porções de frutas ou hortaliças para cada criança. O nutricionista também precisa fazer testes de aceitabilidade das refeições com os estudantes e zelar pelo controle higiênico-sanitário das cozinhas das escolas.
Dicas para evitar a obesidade infantil:
1. Atividades em casa para crianças – Conciliar as tarefas domésticas, o trabalho e ainda encontrar formas de entreter e movimentar as crianças certamente não é uma missão fácil. Mas é possível desenvolver algumas atividades e brincadeiras que visam tirá-las da frente da TV e do sofá.
Uma dica é incluir a participação delas em determinadas tarefas domésticas e, assim, embutir algumas responsabilidades. Com ou sem restrições causadas pela pandemia, brincar em casa é a garantia de diversão segura.
2. Alimentação equilibrada para toda a família – Fazer uma reeducação alimentar, permeando o cardápio com alimentos integrais e naturais, ajudará as crianças a seguir o exemplo. Reduza o consumo dos industrializados e deixe frutas, cereais e outras opções saudáveis ao alcance dos pequenos.
É necessário controlar o consumo de doces. O excesso de açúcar pode trazer vários problemas para a saúde, e, para uma criança, esses problemas muitas vezes a acompanham por toda a vida.
3. Combate ao sedentarismo – É comum que crianças e adolescentes de hoje passem boa parte do tempo diante de telas, como os celulares, os tablets e a TV. Ainda que essas sejam fontes de entretenimento preciosas para elas, é preciso ter cuidado para não exagerar na dose e evitar que o seu filho fique tempo demais sem gastar energia.
Por isso, limite o acesso das crianças aos dispositivos eletrônicos e as estimule a fazer atividades físicas, mesmo que essas venham em forma de brincadeiras. Andar de bicicleta, correr ao ar livre ou andar de skate são algumas das opções.
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