A dieta Plant-Based é perfeita para atletas e contribui imensamente para a performance esportiva. Por isso, a SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira) montou seu Greenteam, iniciativa para ajudar, unindo atletas de alto rendimento e profissionais de saúde especializados em nutrição para divulgarem informações sobre este universo. Nesta quinta-feira (8), o IX Congresso Vegetariano Brasileiro, que acontece durante o VegFest 2022, no Centro de Convenções Anhembi, em São Paulo, recebeu uma palestra com seus integrantes.
A nutricionista Alessandra Luglio foi a mediadora do painel e criticou o excesso de suplementos alimentares, algo comum em atletas amadores e profissionais. “Existem fontes vegetais seguras, somos vítimas da pirotecnia da nutrição esportiva, que cria diversos modismos. É preciso tomar muito cuidado com o uso de suplementos”, avaliou.
Felipe Testoni, que também é nutricionista, também avaliou negativamente a busca excessiva por proteínas na dieta. “Os fisiculturistas nem contabilizavam a proteína de origem vegetal, só a animal. Isso fazia com que consumissem muito mais, chegando até 5g por quilo, quase o triplo do ideal, que varia de 1,6g a 2g. Ela é importante, mas em uma quantidade suficiente e satisfatória. Quando entendemos isso, metade dos problemas da dieta vegana acabam. A indústria vem oferecendo produtos que já têm proteínas ainda mais ricos em proteína, por conta de uma demanda”, comentou.
Aliando o que foi dito por seus colegas, o nutricionista José Balestrin realçou a importância do treinamento. “Muita gente fala de proteína, contudo o estímulo no treinamento é muito importante para o crescimento muscular. De nada adianta comer certo, se o treinamento não for adequado. O vegetarianismo não tem segredo nenhum. Não podemos pensar no atleta como um músculo ambulante, o corpo precisa funcionar perfeitamente”, disse.
Para a nutricionista Marcela Worcemann, a alimentação vegana é excelente para ajudar na recuperação muscular dos atletas. “É preciso de um mix. A alimentação vegana traz tudo isso, proteína para reconstruir e um ‘boom’ de antioxidantes, micronutrientes e outros substratos para que a engrenagem aconteça. Os atletas que adotam essa alimentação relatam uma recuperação muito melhor e mais rápida”, ponderou.
Guilherme Fioravanti, ex-jogador de futebol e jogador de futmesa e futvôlei, sentiu na pele esses efeitos quando mudou sua alimentação no meio de sua carreira profissional. “Comia todo tipo de carne, depois fui para peixe e, depois, virei vegano. A primeira vez que pensei em mudar tive um medo absurdo. Sentia algumas mudanças no meu corpo, quanto tirei leite e ovos foi uma mudança muito rápida e incrível. Senti todos os efeitos positivos em duas, três semanas. Mesmo assim, sentia vergonha de falar isso e adotei a estratégia de dizer que tinha alergia a proteína animal. Após ser vegano tive melhora em todos os testes, sempre estava entre os primeiros do time. Até um treinador meu, também com vergonha, veio me contar que tinha aderido à dieta vegana e vinha sentindo os efeitos positivos”, destacou.
A médica Gabriele Teodoro tem a explicação destes efeitos. “É importante pensar na variedade que estamos fazendo em um prato vegano. Quando a gente consegue antioxidantes, nutrientes, a célula funciona perfeitamente. A combinação de tudo que faz dar certo e o corpo funcionar bem”, finalizou.
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